Transpiração Contínua Prolongada: 28 anos de um manifesto urbano
Álbum marcou o início do protagonismo lírico de Chorão no cenário musical brasileiro.
Por LockDJ
Publicado em 16/06/2025 07:00
Música
Álbum encontrou eco imediato nas rádios alternativas, na MTV e nas pistas de skate (Foto: Divulgação)

Lançado há 28 anos, no dia 16 de junho de 1997, Transpiração Contínua Prolongada marcou a estreia da banda santista Charlie Brown Jr. em um cenário musical brasileiro em transformação. O disco surgiu como uma síntese da juventude urbana dos anos 90, em um momento em que o skate, o hardcore californiano, o rap e o reggae se conectavam a realidades sociais específicas de cidades como Santos, São Paulo e Recife.

 

Produzido por Rick Bonadio e lançado pela Virgin, o álbum apresentou um repertório que transitava entre riffs rápidos, bases rítmicas marcadas e letras carregadas de referências ao cotidiano periférico, aos conflitos de identidade e à resistência como modo de vida. Era o início do protagonismo lírico de Chorão, cuja escrita direta e pulsante funcionava como crônica existencial para uma geração que crescia entre o desencanto e a urgência.

 

Faixas como “Proibida pra Mim (Grazon)”, “Quinta-feira” e “O Coro Vai Comê!” exemplificam essa intersecção entre discurso de rua e linguagem pop, além de escancarar a relação do grupo com a cena do skate punk e o underground do litoral paulista. A identidade sonora da banda, marcada por influências do Red Hot Chili Peppers, Beastie Boys e Raimundos, encontrou eco imediato nas rádios alternativas, na MTV e nas pistas de skate.

 

 

Mais do que um cartão de visitas, Transpiração Contínua Prolongada se consolidou como documento de época. Ao completar 28 anos, o álbum ressurge como registro de uma fase em que o rock nacional buscava formas mais híbridas de expressão, misturando gêneros, gírias, cenários e maneiras de estar no mundo.

A presença viva das ruas, do grafite, das amizades forjadas no concreto e dos limites impostos pela sociedade urbana continuam reverberando no álbum — agora não apenas como trilha de juventudes passadas, mas como material de memória, atravessado por perdas, contradições e permanências.

 

Hoje, a obra é revisitável não apenas pelo impacto inicial, mas por sua função como documento de transição: entre décadas, entre culturas, entre discursos e entre mundos ainda em disputa.

 

 

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