Por mais que Dexter Morgan tenha deixado um rastro de sangue ao longo de suas temporadas iniciais (2006–2013) e uma trilha de polêmicas com o controverso Dexter: New Blood (2022), a verdade é que o serial killer favorito da TV nunca foi embora de fato. Agora, em Dexter: Ressurreição, a série encontra uma nova chance de se reinventar — ou de encarar, finalmente, os próprios fantasmas.
A estreia nesta sexta-feira (11), com os dois primeiros episódios no Paramount+, reacende a curiosidade em torno de um personagem que sempre caminhou na tênue linha entre justiça e perversão. Quando New Blood parecia ter encerrado sua trajetória de forma definitiva, a plataforma surpreende ao revelar que Dexter está vivo — e, mais do que isso, pronto para mais um mergulho no lado sombrio da natureza humana.
Desde sua estreia em 2006, Dexter encantou (e perturbou) por seu conceito ousado: um assassino serial com um "código de conduta" herdado do pai adotivo, que só mata quem merece morrer. Michael C. Hall, que eternizou o personagem, retorna mais uma vez ao papel — agora cercado por rostos familiares e novos pesos pesados da dramaturgia.
Entre os retornos, estão nomes que marcaram a mitologia da série: James Remar como o espectro moral do pai Harry; David Zayas como o leal (e cada vez mais desconfiado) Angel Batista; Jack Alcott como Harrison, o filho que carrega o fardo genético e emocional da linhagem Morgan; e os vilões icônicos Arthur Mitchell, o Assassino da Trindade (John Lithgow), e Miguel Prado (Jimmy Smits), que prometem reencarnar traumas mal resolvidos do passado.
Mas Dexter: Ressurreição não aposta apenas na nostalgia. O novo elenco é um desfile de talentos: Uma Thurman, Peter Dinklage, Krysten Ritter, Eric Stonestreet, David Dastmalchian e Neil Patrick Harris prometem enriquecer a trama com novos antagonismos e colaborações improváveis, indicando que esta nova fase está menos preocupada com verossimilhança e mais interessada em criar uma tensão dramática digna de uma ópera de vingança contemporânea.
O título Ressurreição não é gratuito. Ele aponta para a literalidade do retorno, mas também para o desejo de revisitar o mito, reavaliar suas motivações e talvez — só talvez — oferecer a redenção ou a ruína final a um dos personagens mais ambíguos da história recente da televisão.
Entre expectativas e temores de que a série possa repetir antigos erros ou, pior, diluir sua força original, a nova temporada lança o convite: Dexter está de volta. A pergunta que fica é — quem ele será agora?