No dia 18 de julho, celebra-se o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data, instituída pela ONU, marca o nascimento do líder sul-africano que se tornou símbolo de resistência contra o apartheid e figura central na construção de uma nova África do Sul.
Ao longo do século XX, poucos personagens históricos inspiraram tantos discursos, movimentos e obras artísticas quanto Mandela. No cinema, sua trajetória encontra múltiplas traduções, tanto no campo da ficção quanto no documentário.
Filmes como Invictus (2009), dirigido por Clint Eastwood, abordam o período posterior à prisão de 27 anos e mostram um Mandela recém-eleito presidente que vê no esporte – no caso, o rugby – um instrumento de pacificação nacional.

Interpretado por Morgan Freeman, o líder é retratado como estrategista político, conciliador e consciente do peso simbólico de cada gesto. Filme disponível na plataforma MAX
Já Mandela: O Caminho para a Liberdade (2013), baseado na autobiografia Long Walk to Freedom, propõe uma leitura mais linear da vida do ativista. O longa percorre desde a infância em um vilarejo até os anos de encarceramento e a chegada ao poder.

A obra foi indicada ao Globo de Ouro e apresenta um Mandela em formação, com as tensões internas e contradições de alguém que não nasceu ícone, mas tornou-se. Disponível para aluguel por R$ 6,90 na Prime Vídeo.
No campo do documentário, Viva Mandela! e O Homem por Trás da Lenda, disponíveis no Youtube, operam como registros históricos. São vozes de arquivos, imagens de época e testemunhos que ajudam a compor a imagem pública do líder. Diferentemente da ficção, esses filmes apostam na materialidade da memória: discursos, prisões, celebrações e depoimentos formam o mosaico de um personagem coletivo.
Mandela sempre soube o valor da imagem – tanto a que se constrói quanto a que se entrega. Por isso, sua história migra com naturalidade para as telas. Ela alimenta narrativas de esperança e também provoca debates sobre reconciliação, racismo estrutural e justiça.
No cinema, a figura de Mandela escapa da estátua e se reinventa em carne, contexto e conflito. A tela não o canoniza; a tela o humaniza. E, assim, o 18 de julho deixa de ser apenas uma data e se torna um convite à reflexão sobre os modos de contar, lembrar e continuar uma história que ainda reverbera em várias partes do mundo.