Entre sintetizadores melancólicos e a elegância de um piano imaginário, I Like Chopin (1983) eterniza Gazebo no altar do synthpop europeu — onde romantismo, solidão e pista de dança se dissolvem sob a mesma chuva fina.

Itália em plena efervescência pós-disco, teclados nostálgicos, voz sussurrada e uma reverência nada literal a Chopin, o compositor romântico por excelência. Aqui, o piano é digital, mas o drama é clássico.

Imagine-se diante de um reflexo do Sol — não aquele que cega, mas o que revela. Um lampejo breve de lucidez em meio à névoa dos dias. O céu azul, vasto e imperturbável, se impõe como promessa inalcançável. E enquanto a mente tenta alcançar esse horizonte, as distrações se espalham como ecos suaves, eternas e sedutoras, oferecendo refúgio ao que não pode ser enfrentado de frente.

Música para dançar de olhos fechados, lembrar amores vaporosos e entender que o pop dos anos 80 também sabia ser culto. ️