Se a ideia é um sábado intenso, escolha Expresso da Meia-Noite, este soco cinematográfico de Alan Parker sobre um jovem americano preso na Turquia por tráfico de haxixe. Filme disponível para assinantes da plataforma HBO MAX.
Não é “filme conforto”. É cinema que gruda na pele, fotografia claustrofóbica, interpretações poderosas de Brad Davis e John Hurt em estado bruto, montagem que não dá respiro e a trilha eletrônica hipnótica de Giorgio Moroder, que virou referência.
Por que ver hoje
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Continua atual ao dissecar desumanização, poder e sobrevivência.
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A trilha de Moroder cria um pulso nervoso que empurra a narrativa. É só reparar em como o som “respira” com o protagonista.
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O roteiro (Oliver Stone) dá musculatura às tensões internas: culpa, fuga, delírio.
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É um clássico que formou espectadores. É possível perceber ecos do filme em inúmeros dramas de prisão que vieram depois.
Olhares e contextos
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O filme foi criticado pela representação estereotipada da Turquia. Vale assistir com esse filtro crítico: é a experiência subjetiva do protagonista, não um retrato “definitivo” de um país.
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Prepare-se para violência, nudez e abuso. Conteúdo pesado.
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Dura 2h: programe o ambiente (luzes baixas, celular longe) para entrar no transe.
Para ampliar a sessão
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Repare: os close-ups suados, a coreografia dos corredores, o uso de grades e sombras como “personagens”.
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Depois do filme: coloque a faixa “The Chase” e deixe o debate rolar. É liberdade x punição, culpa x expiação, Estado x indivíduo.
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Dupla perfeita (se quiser virar maratona): Om Profeta (2009) para um contraponto moderno, ou Fuga de Alcatraz (1979) para um escape clássico.
É um sábado para sentir e pensar. Se topar o mergulho, Expresso da Meia-Noite segue como um dos grandes lembretes de que o cinema também existe para nos inquietar.