Google Analystic
Tony Bellotto vence Prêmio Jabuti com melhor Romance
Guitarrista dos Titãs superou nomes como Alberto Mussa, Chico Buarque e Jeferson Tenório.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 28/10/2025 08:23 • Atualizado 28/10/2025 09:51
Cultura
Tony Belloto venceu prêmio Jabuti com o romance "Vento em setembro"

Em uma cerimônia que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a 67ª edição do Prêmio Jabuti coroou Tony Bellotto como vencedor da categoria Romance com "Vento em Setembro" (Companhia das Letras) e consagrou Ruy Castro com o Livro do Ano por O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim (Companhia das Letras). A noite marcou também a passagem do Rio pela distinção da Unesco como Capital Mundial do Livro.

O que aconteceu

  • Romance: Tony Bellotto superou concorrentes de peso — Alberto Mussa (A extraordinária Zona Norte, Todavia), Chico Buarque (Bambino a Roma, Companhia das Letras), Jeferson Tenório (De onde eles vêm, Companhia das Letras) e Marcelino Freire (Escalavra, Amarcord).

  • Livro do Ano: Ruy Castro, o “mineiro mais carioca”, venceu com O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim. Ao receber o troféu, brincou: “Estou sem palavras”, e dedicou o Jabuti aos leitores que o acompanham há 35 anos. “Não sou escritor: sou de fazer perguntas e tomar notas. Sou biógrafo, reconstituo pessoas e épocas que precisavam ser contadas de outra maneira.”

Outras categorias em destaque

  • Crônica: O ouvidor do Brasil (Ruy Castro) também venceu a categoria, em disputa com Ary Quintella (Geografia do tempo, Andrea Jakobsson Estúdio), Francisco Bosco (Meia palavra basta, Record), Fabrício Carpinejar (Se eu soubesse: Para maiores de 40 anos, Bertrand Brasil) e Carlos Heitor Cony (póstumo, Tempo e outros tempos, Nova Fronteira).

  • Fomento à Leitura: Instituto AbraPalavra (Belo Horizonte).

  • Ilustração: Nelson Cruz conquistou seu nono Jabuti com Bento vento tempo (Companhia das Letrinhas) — curioso: na semifinal ele concorria com a esposa, Marilda Castanho, por Entre tantos (Maralto).

  • Infantil: Estações (Editora Moderna), de Marilda Castanho em parceria com Daniel Munduruku. Ausente, Marilda foi representada no palco por Nelson Cruz.

  • Biografia e Reportagem: Daniela Arbex venceu com Longe do ninho (Intrínseca), sobre os últimos dias dos meninos mortos no incêndio do CT do Flamengo (2019). Arbex já havia levado o Jabuti em 2016 (Cova 312) e sido finalista em 2014 (Holocausto brasileiro).

Por que esta edição importa

A escolha do Rio de Janeiro para sediar a premiação reforça o lugar da cidade no mapa mundial do livro, um gesto simbólico que aproxima o Jabuti das ruas, bibliotecas e palcos que a Unesco celebrou ao longo do ano. No palco, cruzaram-se três forças:

  1. a ficção de Bellotto, que expande a presença de autores-músicos na literatura contemporânea;

  2. a crônica-bio de Ruy Castro, que reafirma o poder do jornalismo literário;

  3. a reportagem de fôlego de Arbex, lembrando como a não ficção segue vital para a memória recente do país.

Premiação e bolsa

  • Categorias: estatueta + R$ 5 mil.

  • Livro do Ano: estatueta + R$ 70 mil + viagem para a Feira do Livro de Londres.


Principais vencedores — resumo rápido

  • Livro do Ano: Ruy Castro — O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim

  • Romance: Tony Bellotto — Vento em setembro

  • Crônica: Ruy Castro — O ouvidor do Brasil

  • Infantil: Marilda Castanho & Daniel Munduruku — Estações

  • Ilustração: Nelson Cruz — Bento vento tempo

  • Fomento à Leitura: Instituto AbraPalavra

  • Biografia e Reportagem: Daniela Arbex — Longe do ninho

Comentários
Comentário enviado com sucesso!