A TV UFMA entra no Mês da Consciência Negra com uma nova aposta no audiovisual: a série documental “Dias de Luta”, que estreia na próxima terça-feira, 18 de novembro, às 20h. A produção poderá ser vista na TV aberta (canal 16.1) e nas operadoras NET-Claro TV (canal 17), Sky (canal 316) e MAXX (canal 16), além do portal oficial da emissora (tv.ufma.br).
Composta por cinco episódios de 26 minutos, a série parte de datas marcantes do calendário brasileiro para discutir memória, disputa de narrativas e permanências do racismo estrutural no país. Da assinatura da Lei Áurea ao Dia do Samba, passando por leis, lutas e batalhas simbólicas, “Dias de Luta” mira a história a partir da perspectiva da população negra.
Datas que contam a história do Brasil
Idealizada por Gabriel Newton, que assina roteiro e direção, a série foi realizada pela produtora Estratos Filmes, de Goiás, por meio do edital Prodav TVs Públicas, linha de fomento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Cada episódio parte de uma data comemorativa ou de referência histórica para discutir o que ela revela (ou esconde) sobre o país. Não se trata apenas de recontar fatos, mas de questionar como essas datas foram construídas, quem elas colocam em destaque e quais vozes seguem à margem.
Para compor esse mosaico, “Dias de Luta” reúne depoimentos de nomes que transitam entre cinema, política, religião, moda, pesquisa e produção cultural, como:
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o cineasta André Novais de Oliveira;
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a deputada federal Erika Hilton;
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o babalaô Ivanir dos Santos;
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a historiadora Keilla Vila Flor;
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a estilista Naya Violeta;
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a pesquisadora Nutyelly Cena;
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o produtor cultural Raphael Gustavo, entre outros.
As conversas atravessam temas como pós-pandemia, direitos, representatividade, corpo, fé e território.
O que cada episódio discute
No primeiro episódio, a série coloca lado a lado duas datas que simbolizam leituras distintas da história: 13 de maio (Dia da Abolição da Escravatura) e 20 de novembro (Dia da Consciência Negra). A proposta é discutir como a narrativa oficial em torno da abolição foi construída, por que ela é considerada insuficiente por diversos movimentos negros e como o 20 de novembro se tornou eixo de memória, luta e afirmação.
O segundo episódio se volta para o 28 de setembro, Dia da Lei do Ventre Livre, para pensar a representação do corpo da mulher negra na sociedade contemporânea. A partir dessa lei do século XIX, a série conecta passado e presente ao discutir exploração, sexualização, controle de corpos, autonomia e identidade.
No terceiro episódio, o foco é o 21 de janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A partir dessa data, “Dias de Luta” aborda ataques a terreiros, demonização de religiões de matriz africana, liberdade de culto e racismo religioso.
O quarto episódio parte do Dia do Samba (2 de dezembro) para revisitar a trajetória do gênero como expressão negra, popular e urbana, sua relação com as cidades, com as rodas e com a indústria cultural.
Por fim, o último episódio projeta o olhar para frente: discute os desafios futuros da população negra brasileira, em um cenário de novas tecnologias, redes sociais, rearranjos políticos e disputas por espaço no mercado de trabalho, na cultura e na política institucional.
Serviço – Onde assistir
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Série: Dias de Luta
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Formato: Série documental – 5 episódios (26 minutos cada)
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Estreia: Terça-feira, 18 de novembro, às 20h
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Onde ver:
Com “Dias de Luta”, a TV UFMA se soma à programação de novembro com um conteúdo que, além de celebrar a Consciência Negra, propõe rever a forma como o país narra a si mesmo, e quem aparece no centro dessa história.