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Novo O Sobrevivente estreia e reinventa clássico de Stephen King
Dirigido por Edgar Wright, remake atualiza crítica social, amplia a sátira aos realities e moderniza o futuro distópico.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 20/11/2025 12:26 • Atualizado 20/11/2025 12:28
Entretenimento
Schwarzenegger protagonizou a versão original, agora a cargo de Glen Powell (Foto: Divulgação)

O feriado chega com ação nos cinemas. Estreia nesta quinta-feira (20) a nova versão de “O Sobrevivente”, agora estrelada por Glen Powell. O longa revisita a obra de Stephen King e reimagina um futuro distópico em que a televisão estatal controla narrativas e transforma a violência em espetáculo — por meio de um reality mortal que transforma pessoas comuns em alvos nacionais.

O remake chega quase quatro décadas depois da famosa adaptação de 1987, estrelada por Arnold Schwarzenegger, e se distancia propositalmente do clássico. Dirigido por Edgar Wright (Baby Driver, Scott Pilgrim), o novo filme propõe uma releitura mais crítica, irônica e contemporânea, sem perder a essência da trama original.


O que mudou no personagem principal?

A diferença mais profunda entre as duas versões está no protagonista, Ben Richards.

1987 – Arnold Schwarzenegger

Ben é um policial que se recusa a obedecer o regime autoritário e se nega a matar civis. Preso por desacato, ele participa de uma rebelião, foge e acaba sendo forçado a entrar no reality mortal “The Running Man”, enfrentando assassinos profissionais diante de um país inteiro.

2025 – Glen Powell

Aqui, Ben é um trabalhador comum, desempregado e pobre. Ele aceita participar do reality voluntariamente porque precisa de dinheiro para comprar remédios que podem salvar sua filha doente.

Embora ambos repudiem o sistema, cada um chega ao programa por caminhos totalmente diferentes — e em ambos os casos, a TV manipula a imagem deles, apresentando-os como criminosos violentos para justificar o espetáculo.


Sátira mais afiada e crítica mais evidente

O livro de Stephen King (sob pseudônimo Richard Bachman) já tinha uma veia satírica forte — mas o filme de 1987 priorizou a ação e as frases de impacto de Schwarzenegger. Wright faz o contrário:

  • leva a sátira ao extremo,

  • brinca com realities modernos,

  • ironiza programas à la The Kardashians,

  • e aprofunda a crítica ao controle estatal da mídia.

Como é característico do diretor, o humor é mais ácido, esperto e recheado de comentários sobre cultura pop e consumo de conteúdo.


Visão de futuro: do 2017 dos anos 80 ao “quase presente” tecnológico

A versão de 1987 imaginava o ano de 2017 com estética totalmente oitentista — hoje, uma distopia vintage. Já o remake opta por um futuro sem data definida, mas visualmente próximo da realidade:

  • uso extensivo de drones para registrar os competidores;

  • linguagens de vlog e diários de sobrevivência;

  • interação com o público por redes sociais;

  • manipulação audiovisual mais sofisticada.

A manipulação do governo continua central à história. O filme anterior previu, de forma impressionante, a lógica do deepfake — e o remake amplia esse conceito.


Personagens: um elenco renovado e novas dinâmicas

O único personagem que atravessa as duas versões é Dan Killian, o chefão da TV.

  • Em 1987, vivido por Richard Dawson, ele também apresentava o reality.

  • Em 2025, interpretado por Josh Brolin, ele assume apenas os bastidores do show. O apresentador agora é Bobby (Colman Domingo).

Na versão de Schwarzenegger, havia:

  • Amber, interesse amoroso e figura-chave para revelar manipulações;

  • Weiss e Laughlin, aliados que desafiam o sistema.

No remake, Ben compete com:

  • Laughlin (mesmo nome, história totalmente nova),

  • Tim, que encara o reality como a chance de viver intensamente seus últimos dias.

E há um arsenal de personagens inéditos:

  • Bradley (Daniel Ezra): criador de conteúdos e teorias sobre o reality;

  • Elton (Michael Cera): filho de um ex-policial rebelde, buscando vingança;

  • Amelia (Emilia Jones): influenciadora que acredita na propaganda estatal;

  • entre outros antagonistas e figuras que moldam o caminho de Ben.


Um remake que atualiza sem abandonar a essência

A nova versão de O Sobrevivente recria o universo distópico com uma lente contemporânea, colocando temas como manipulação digital, espetacularização da violência e pressão econômica no centro da narrativa.

Ao mesmo tempo, mantém a premissa clássica: um homem desafiando um sistema que transforma vidas em entretenimento, agora com mais profundidade emocional, crítica social e estilo visual característico de Edgar Wright.

A estreia reúne nostalgia, renovação e atualidade, e promete reacender discussões sobre mídia, poder e o quanto o entretenimento pode ir longe.

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