“Breakout”, do Swing Out Sister, parece ter sido escrita com um lápis luminoso. Um pop elegante, com alma de jazz e perfume de city lights, que convida o ouvinte a escapar. Não do mundo, mas da versão cinza dele. É um chamado para atravessar a rua com mais impulso, para olhar o cotidiano por ângulos onde ele demora a se mostrar. Vibrante, dançável, quase desaforado.

A música nasce com teclados que brilham como vitrines pós-chuva e uma bateria que pulsa com a cadência leve de quem conhece o valor de desacelerar sem perder o ritmo. A voz de Corinne Drewery desliza, aveludada, sobre os arranjos, entregando um recado que mistura incentivo e rebeldia suave. Não espere permissão para viver o que deseja. Rompa, atravesse, “break out”.

E talvez seja por isso que a faixa resistiu tão bem ao tempo. “Breakout” não vende um otimismo ingênuo, ela oferece um sopro de coragem pop, envolto em saxofone e elegância retrô. É trilha sonora para quem precisa lembrar que todo salto nasce de um passo, e que às vezes é o groove que empurra.