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O estranho, triste e virtuoso 24/11 na história do rock
Data marca despedidas míticas, renovações sonoras e estreias que mudaram tudo.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 24/11/2025 06:00
Música
O 24 de novembro reúne nascimentos, lançamentos e despedidas dolorosas (Foto: Reprodução)

Certas datas não passam despercebidas. O 24 de novembro é um dia em que a história do rock parece respirar, chorar e se reinventar. O calendário registrou perdas gigantes, nascimentos simbólicos e lançamentos que reverberam décadas depois.

Quando o mundo perdeu Freddie Mercury — e Eric Carr também


Em 24 de novembro de 1991, o rock viveu seu crepúsculo particular. Freddie Mercury, um dos maiores intérpretes da música ocidental, morria aos 45 anos, apenas um dia após assumir publicamente que tinha AIDS. A notícia sacudiu o planeta e marcou o fim de uma era em que o Queen redefiniu palco, voz, performance e grandiosidade.

No mesmo dia, o destino foi cruelmente irônico. Eric Carr, baterista do Kiss desde 1980, também falecia, aos 41 anos, vítima de câncer.


Carr, o “Fox”, trouxe ao grupo uma energia modernizadora nos anos 80, sendo essencial em álbuns como Creatures of the Night e Lick It Up.


Um único dia levou duas vozes da rebeldia; uma por trás do microfone, outra com baquetas que pareviam vivas.


Nascimentos e renascimentos: Pete Best e os Beatles em outro 24 de novembro


Mas a mesma data também guarda começos.


Em 24 de novembro de 1941, nasceu Pete Best, o primeiro baterista dos Beatles, peça fundamental na fase de clubes em Liverpool e Hamburgo. A história o tirou do holofote, mas não da mitologia.



Sem Best, o início feroz dos Beatles simplesmente não existiria.


E 25 anos depois, em 24 de novembro de 1966, os Beatles iniciavam as sessões de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, ponto de virada cultural, sonoro e espiritual da música pop. Um dia que inicia um luto eterno e, ao mesmo tempo, uma revolução estética.


Lançamentos que marcaram gerações


A data também foi palco de grandes estreias:

  • Metallica — Garage Inc. (1998)

    Um dos melhores discos de covers já feitos: um tributo poderoso a Diamond Head, Misfits, Mercyful Fate e tantos outros que moldaram o DNA da banda. Um Metallica despretensioso e visceral.

  • Pink Floyd — Shine On (box-set, 1992)

    Um mergulho definitivo na fase Gilmour/Waters, consolidando o legado psicodélico e conceitual da banda.

  • George Harrison — Thirty Three & 1/3 (1976)

    Disco elegante, espirituoso e cheio de charme, mostrando Harrison no auge da maturidade musical.

  • Raimundos — Cantigas de Garagem (2014)

    Um retorno às raízes do grupo, com energia de garagem e espírito descompromissado, marcando nova fase da banda.


Pequenos momentos icônicos: Little Richard, Rolling Stones e Lennon

  • Em 1991, Little Richard cantava no casamento de Cyndi Lauper com o ator David Thornton. Um encontro improvável e absolutamente histórico.



  • Em 1969, Let It Bleed dos Rolling Stones conquistava disco de ouro: blues, decadência e elegância num único registro.

  • Em 1972, estreava o programa In Concert, abrindo caminho para a era das performances televisivas que moldariam gerações.

  • No mesmo ano, John Lennon lançava na Inglaterra Happy Xmas (War Is Over), que viraria um clássico pacifista universal. Tão terno quanto político.


Um dia que virou mito

O 24 de novembro reúne despedidas dolorosas, nascimentos discretos e lançamentos que mudaram a trajetória da música. É o dia em que o rock parece se lembrar de sua própria mortalidade, mas também de sua capacidade infinita de renascer.


A data parece não passar. Ecoa. E que, todo ano, convida o mundo a celebrar, lamentar e revisitar uma parte da trilha sonora que moldou o século.

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