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Oito de dezembro: o dia em que o rock respira, sangra e se despede
O calendário do rock guarda na data um mosaico de rupturas, estreias, tragédias e renascimentos culturais.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 08/12/2025 06:00
Música
O 8 de dezembro vai da psicodelia dos Rolling Stones ao adeus de John Lennon (Foto: Reprodução)

Poucos dias no calendário da música carregam uma energia tão contraditória, e tão profundamente simbólica, quanto 8 de dezembro. É uma data em que o rock parece pulsar em todas as direções: invenção, renascimento, ruptura, violência, mitologia. Um dia que reúne lançamentos icônicos, nascimentos de lendas, despedidas dolorosas e tragédias que marcaram gerações.

Em 1967, os Rolling Stones libertavam a psicodelia maximalista de Their Satanic Majesties Request, seu álbum mais experimental, quase uma resposta torta ao verão lisérgico dos Beatles. Nove anos depois, em 1976, os Eagles soltavam no mundo Hotel California, disco que se tornaria um dos grandes pilares do rock americano, com sua melancolia dourada e estradas infinitas.

Em 1980, o Queen lançava sua trilha para Flash Gordon, uma obra inusitada que ampliava o vocabulário estético da banda.

Mas o dia 8 de dezembro também carrega sombras profundas. Em 1980, John Lennon foi assassinado em Nova York, num episódio que atravessou gerações como cicatriz aberta. Em 2004, o palco se tornou o cenário de outra tragédia quando Dimebag Darrell, do Pantera e Damageplan, foi morto durante uma apresentação. O rock também perdeu Big Walter Horton, gigante da gaita blues, em 1981, e o tecladista Dick Sims em 2011 — ano em que faleceu também o roadie que inspirou “Shine On You Crazy Diamond”, dos Pink Floyd.

Nem só de adeus vive a data: em 1943, nascia Jim Morrison, o xamã dos Doors; em 1966, Sinéad O’Connor, uma das vozes mais inquietas e insurgentes do fim do século XX. E antes que a década de 1990 terminasse, em 1995, o Grateful Dead anunciava seu encerramento oficial, deixando para trás um dos legados mais longevos do rock americano.

No meio desse turbilhão, até a vida parece ameaçar, como quando, em 2003, Ozzy Osbourne sofreu um grave acidente de quadriciclo, abrindo mais um capítulo de sobrevivência em sua biografia improvável.

O resultado é um dia carregado de símbolos. Um inventário de começos e fins, um retrato da capacidade do rock de se expandir e colapsar simultaneamente.


8 de dezembro
 é quase um manifesto involuntário da história do gênero, lembrando que, entre explosões criativas e tragédias, o rock segue vibrando como uma força que não se apaga.

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