Heróis da Resistência transformou ruptura em poesia pop-rock
A banda foi formada em 1986, no Rio de Janeiro, por Leoni – então recém-saído do Kid Abelha
Por LockDJ
Publicado em 04/04/2025 09:46 • Atualizado 04/04/2025 09:48
Música
Leoni, Jorge Shy, Lulu Martin e Alfredo Dias formaram o núcleo base da banda (Foto: Divulgação)

Em meio ao turbilhão criativo dos anos 80, quando o rock brasileiro estava em plena ebulição, um nome surgiu carregado de atitude, poesia e desejo de liberdade: Heróis da Resistência. A banda foi formada em 1986, no Rio de Janeiro, por Leoni – então recém-saído do Kid Abelha – ao lado de Jorge Shy (guitarra, ex-Tokyo), Lulu Martin (teclados) e Alfredo Dias Gomes (bateria).

 

A gênese de um novo herói

 

A saída de Leoni do Kid Abelha foi cercada de tensão, mas também de liberdade artística. Ele queria mais: cantar, compor e se expressar sem amarras. Assim nasceram os Heróis da Resistência, já com um discurso sonoro e lírico próprio, marcado pela introspecção melódica e letras que mesclavam romantismo, existencialismo e crítica social.

 

Logo no primeiro disco, "Heróis da Resistência" (1986), produzido por Liminha, o grupo alcançou destaque com hits como a lírica e intensa "Dublê de Corpo", a dramática "Esse Outro Mundo", a energética "Nosferatu" e a clássica balada "Só Pro Meu Prazer", que entrou na trilha sonora da novela Hipertensão, da TV Globo.

 

O disco ganhou status de Disco de Ouro e consolidou o grupo como uma das grandes promessas do rock nacional.

 

Religião, reinvenções e rupturas

 

O sucesso do primeiro álbum garantiu à banda uma segunda chance promissora: gravar o próximo disco em Los Angeles. Assim nasceu "Religio" (1988), lançado pela Warner Music, que mesmo não alcançando o mesmo sucesso comercial do anterior, revelou a faixa "Silêncio", uma das poucas a ganhar destaque nas rádios e na TV.

 

O disco, mais introspectivo e experimental, marcou também o início das mudanças internas: Lulu Martin e Alfredo Dias Gomes deixaram o grupo, abrindo espaço para novas formações.

 

Heróis Três e os últimos suspiros

 

A terceira encarnação da banda surgiu com Leoni, Jorge Shy e o novo baterista Edmardo Galli. O trio gravou "Heróis Três" (1990), um álbum mais direto, com pegada de hard rock e letras contundentes. Músicas como "Diga Não", "O Que Eu Sempre Quis", "Um Herói Que Mata" e "Canção da Despedida" mostraram uma banda madura, consciente do momento político e existencial do país — e deles próprios.

 

Ainda houve uma quarta formação, em 1992, com a entrada de Pablo Uranga (guitarra) e Humberto Barros (teclados), após a saída do guitarrista Jorge Shy. Mas o desgaste interno e a perda de apoio da gravadora sinalizavam o fim da linha.

 

Sem contrato renovado, e com os membros trilhando caminhos diferentes, os Heróis da Resistência encerraram suas atividades oficialmente em 1993. Leoni então iniciou carreira solo , reforçando seu nome como um dos grandes letristas do pop-rock nacional.

 

Em 2001, a Warner Music lançou a coletânea "E-Collection", reunindo os maiores sucessos da banda e servindo como uma cápsula do tempo para os fãs e para as novas gerações descobrirem um grupo que soube transformar crise em arte e resistência em canção.


Heróis da Resistência em seis músicas essenciais

Só Pro Meu Prazer
Dublê de Corpo
Esse Outro Mundo
Nosferatu
Diga Não
O Que Eu Sempre Quis

 

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