Em 2025, completam-se cinco anos da partida de Carlos Ruiz Zafón, um dos autores mais importantes da literatura espanhola contemporânea. Dono de uma escrita que mistura mistério, melancolia e um amor visceral pelos livros, Zafón conquistou leitores ao redor do mundo com sua obra mais conhecida, A Sombra do Vento, primeiro volume da tetralogia O Cemitério dos Livros Esquecidos. A série se completou com O Jogo do Anjo, O Prisioneiro do Céu e O Labirinto dos Espíritos.
Para quem deseja reencontrar os cenários sombrios de uma Barcelona envolta em névoa e segredos, ou até mesmo ter um primeiro contato com a escrita do autor, A Cidade de Vapor surge como uma leitura ideal — especialmente para um sábado à tarde, quando o tempo desacelera e é possível mergulhar, sem pressa, nas histórias que dialogam diretamente com seu universo literário.
Lançado postumamente, o livro reúne contos que carregam a essência do que Zafón construiu em suas obras maiores. Cada história parece ser uma porta de entrada para os mesmos becos, praças e livrarias misteriosas que povoam a tetralogia. Não se trata apenas de um livro de contos: é um mapa afetivo do imaginário de Zafón, onde personagens e atmosferas resgatam o espírito do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Os textos caminham por temas que atravessaram toda a carreira do autor: a solidão, a paixão pelos livros, o poder da ficção, os labirintos da memória e a busca por sentido em um mundo que, muitas vezes, parece escapar pelas frestas do tempo.
Ler A Cidade de Vapor é, portanto, como revisitar uma velha livraria onde cada página tem cheiro de madeira antiga e mistério. Uma obra que convida não só à nostalgia dos leitores fiéis, mas também à descoberta para quem ainda não conhece o legado de Zafón.
Uma leitura ideal para quem busca desacelerar, contemplar o silêncio das palavras e se deixar levar pelos contos que, como o próprio título sugere, se dissipam como vapor — deixando, no entanto, marcas permanentes na memória de quem lê.